RECEITA

Composição da Receita
Bruta (%)
Receita de Comunicação
de Dados e Telefonia Móvel

A receita bruta total da Brasil Telecom atingiu R$ 15.997,4 milhões em 2007, com um crescimento de 5,9% em relação a 2006. O aumento da participação dos serviços de comunicação de dados e telefonia móvel demonstram o sucesso da estratégia de diversificação da receita implementada pela Brasil Telecom.

A Receita Líquida Média por Usuário (Average Revenue per User – ARPU) de telefonia fixa (excluindo comunicação de dados) atingiu R$ 79 em 2007, 11% acima do registrado em 2006, refletindo a estratégia da Companhia de conter a erosão de receita de telefonia fixa. Incluindo comunicação de dados, o ARPU registrado em 2007 é de R$ 98,5, demonstrando o crescente aumento da penetração dos acessos ADSL.

A receita bruta de comunicação de dados e outros serviços da atividade principal atingiu R$ 2.769,2 milhões, com um aumento de 22,3% em relação a 2006. Esse acréscimo se deve basicamente ao incremento da base de clientes ADSL, que apresentou crescimento de 19%.

O ARPU de ADSL registrado em 2007 foi de R$ 71,7, com um rescimento de 6,9% em relação ao ano anterior, devido à estratégia e priorizar a venda de produtos mais rentáveis e com maiores velocidades de acesso.

A receita bruta consolidada de serviços com telefonia móvel superou em 41,9% a registrada em 2006. O aumento em relação a 2006 se deve ao efeito integral do full bill e principalmente ao crescimento da base móvel.

O modelo full bill, implementado pela ANATEL em meados de 2006 para regulamentar a interconexão entre operadoras de telefonia móvel, estabeleceu que todas as chamadas passariam a ser tarifadas. Anteriormente, só eram tarifadas as chamadas quando a diferença entre os tráfegos sainte e entrante das operadoras fosse superior a 55%.

O ARPU total de telefonia móvel continua um dos maiores do país, tendo atingido R$ 34,2 em 2007. O ARPU referente aos acessos pós-pagos foi de R$ 52,6 e o ARPU dos pré-pagos foi de R$ 28,5. A melhoria da rentabilidade também foi resultado de uma política comercial em que o principal fator de diferenciação oferecido aos clientes da Brasil Telecom Móvel foram osdescontos nos minutos para ligações intra-rede, enquanto os minutos destinados a outras operadoras são tarifados a preços compatíveis com os da concorrência.

CUSTOS E DESPESAS OPERACIONAIS

Em 2007, os custos e despesas operacionais totalizaram R$ 7.261,5 milhões, com um aumento de 6,7% em relação aos R$ 6.802,7 milhões registrados em 2006, devido basicamente ao aumento em: despesas com interconexão (que acompanhou o crescimento da receita); provisões e perdas; e outras despesas comerciais.

Em 2007, os custos e despesas com pessoal atingiram R$ 648,9 milhões, com uma queda de 2,6% em relação a 2006. Ao final de 2007, um total de 16.769 pessoas trabalhavam na Brasil Telecom, sendo 5.287 colaboradores no segmento de telefonia fixa, dados e provedores de internet, 616 na Brasil Telecom Móvel e 10.866 que passaram a integrar o quadro a partir de dezembro, quando da internalização do atendimento ao cliente.

Custos e Despesas Operacionais
(Excluindo Depreciação e Amortização) (%)

Os custos e as despesas com serviços de terceiros, excluindo interconexão, propaganda e marketing, totalizaram R$ 2.268,3 milhões em 2007, praticamente estáveis em relação aos valores apresentados no ano anterior, refletindo a estratégia da Companhia de controle dos gastos com terceiros. Convém mencionar a concorrência lançada pela Brasil Telecom para a escolha de um único parceiro para a atividade de manutenção das plantas fixa, móvel e de comunicação de dados. Esse modelo, único no mundo nessa escala, estará implementado no início de 2008 e tem como objetivo explorar os efeitos de escala na operação do fornecedor e, conseqüentemente, diminuir o custo dos serviços de manutenção da planta.

Os custos com interconexão totalizaram R$ 2.318,9 milhões ao final de 2007, com um aumento de 9,6%, devido ao aumento da base de clientes das operadoras de telefonia móvel e ao impacto integral do full bill, compensado em parte pela redução de 20% da TU-RL a partir de 1o de janeiro de 2007 e pelo aumento da participação de mercado da Brasil Telecom Móvel.

As despesas com propaganda e marketing totalizaram R$ 164,4 milhões em 2007, com um aumento de 10,3% em relação a 2006, refletindo a ênfase nos gastos com propaganda e publicidade para a aquisição de clientes da telefonia operadoras de telefonia móvel e ao impacto integral do full bill, compensado em parte pela redução de 20% da TU-RL a partir de 1o de janeiro de 2007 e pelo aumento da participação de mercado da Brasil Telecom Móvel. As despesas com propaganda e marketing totalizaram R$ 164,4 milhões em 2007, com um aumento de 10,3% em relação a 2006, refletindo a ênfase nos gastos com propaganda e publicidade para a aquisição de clientes da telefonia móvel. Apesar do aumento neste item, o SAC da telefonia móvel mostrou umrígido controle nos gastos com subsídios e comissionamento.

Os custos e despesas com materiais e mercadorias totalizaram R$ 380,2 milhões em 2007, com uma redução de 7,7% em relação a 2006, refletindo um menor gasto com Custo da Mercadoria Vendida apesar das elevadas vendas de aparelhos celulares.

A relação das perdas e provisão para as perdas com Contas a Receber (PCCR) com a receita bruta ao final de 2007 foi de 2,2% e totalizou R$ 348 milhões, com uma redução de 9,5%, em função de critérios mais rigorosos na concessão de crédito e da maior eficiência na cobrança.

Em 2007, as provisões para contingências trabalhistas, fiscais e cíveis totalizaram R$ 650,9 milhões, com um aumento de R$ 162,8 milhões em comparação a 2006, devido, basicamente, à atualização monetária e ao registro do aumento do risco de perdas em causas trabalhistas, cíveis e tributárias.

Os custos de depreciação e amortização totalizaram R$ 2.470,8 milhões em 2007, 9,3% inferiores a 2006, devido ao aumento dos bens totalmente depreciados.

Outros custos e despesas operacionais foram de R$ 481,9 milhões em 2007, 35,5% acima do registrado em 2006. Contribuíram para este aumento o registrode despesas não recorrentes em 2006, tais como R$ 58,4 milhões relativos a recuperação de impostos estaduais e federais e R$ 53,1 milhões por acordos firmados com outras operadoras de telefonia para cessão de litígios.

EBITDA

EBITDA (R$ milhões)
e Margem EBITDA (%)

O EBITDA consolidado da Brasil Telecom foi de R$ 3.797 milhões ao final 2007 (formado pelo lucro operacional – R$ 836,9 milhões, adicionado dos valores das despesas de depreciação e amortização – R$ 2.470,8 milhões e das despesas financeiras, líquidas – R$ 489,3 milhões). A margem EBITDA consolidada atingiu 34,3% nesse período, contra 33,9% em 2006.

Em 2007, é importante destacar o fato de que a operação móvel passou a gerar EBITDA positivo para o Grupo Brasil Telecom. O EBITDA da telefonia móvel passou do resultado negativo de R$ 142,3 milhões em 2006 (margem negativa de 11,4%), para R$ 53,9 milhões em 2007 (3,1% de margem).

O EBITDA da telefonia móvel de R$ 53,9 milhões (R$ 142,3 milhões negativos em 2006) é formado pelo prejuízo operacional – R$ 271,4 milhões (R$ 511,7 milhões em 2006), adicionado do valor das despesas de depreciação e amortização – R$ 385,9 milhões (R$ 335 milhões em 2006) e deduzido do valor das receitas financeiras, líquidas – R$ 60,6 milhões (R$ 34,4 milhões de despesas financeiras, líquidas, adicionados em 2006).

Evolução do EBITDA
da BrT Móvel (R$ milhões)

LUCRO LÍQUIDO

A Brasil Telecom registrou um lucro líquido de R$ 671,3 milhões em 2007, equivalente a R$ 1,8519 por ação. O lucro líquido por ADR em 2007 foi de US$ 9,2594.

ENDIVIDAMENTO

Ao final de 2007, a dívida bruta consolidada da Brasil Telecom totalizava R$ 4.383,4 milhões, dos quais 88,7% estavam alocados no longo prazo.

Em 17 de abril de 2007, a Brasil Telecom S.A. exerceu sua opção de resgate antecipado facultativo prevista na Escritura da 4ª Emissão de Debêntures, sendo a 3ª Emissão Pública, conforme informado aos debenturistas em 28 de março de 2007. Foi desembolsado um total de R$ 521,1 milhões para a realização do resgate da totalidade das debêntures.

A Brasil Telecom encerrou 2007 com um saldo de caixa e outros investimentos em títulos públicos e de renda fixa no valor de R$ 3.893,5 milhões, contra um, caixa e investimentos no valor de R$ 4.063,4 milhões ao final de 2006. A dívida líquida consolidada atingiu R$ 489,9 milhões, representando 12,9% do EBITDA.

Em 2007, a dívida vinculada à variação cambial, desconsiderados os ajustes de hedge, totalizava R$ 731,6 milhões, sendo R$ 395 milhões emdólares americanos, R$ 94,7 milhões em cesta de moedas do BNDES e R$ 241,9 milhões em ienes. Em 2007, a Brasil Telecom possuía proteção para 80,6% da dívida vinculada à variação cambial, resultando em uma exposição otal de apenas 3,6% da dívida total.

INVESTIMENTOS NO ATIVO PERMANENTE (CAPEX)

Em 2007, os investimentos no ativo permanente da Brasil Telecom totalizaram R$ 1.398,8 milhões, dos quais R$ 1.120,0 milhões foram investidos em telefonia fixa, incluindo voz, dados, tecnologia da informação e regulatório, e R$ 278,8 milhões em telefonia móvel. Em comparação a 2006, os investimentos apresentaram uma redução de 3,6%, principalmente devido aos efeitos da variação cambial, redução dos investimentos regulatórios e contínua renegociação com fornecedores.

UM OUSADO PLANO DE REESTRUTURAÇÃO OPERACIONAL

O futuro da Brasil Telecom figura entre os temas que integram a pauta permanente das reuniões com participação da alta gestão da Companhia. Para que esse futuro aconteça da forma que se imagina (ou que se projeta), porém, é preciso um trabalho árduo no presente e a busca de novas oportunidades de receita, uma vez que o principal negócio da Brasil Telecom, a telefonia fixa, tem poucas perspectivas de crescimento. Partindo dessa premissa, a operadora traçou, no início de 2007, uma estratégia que deu continuidade aos trabalhos realizados em 2006, envolveu diversas áreas e contou com o empenho de seus funcionários.

O desafio não poderia ser classificado de outra forma a não ser ousado, já que teve a missão de promover um profundo processo de reestruturação operacional. Com ele a Brasil Telecom gerou impacto superior a R$ 800 milhões no EBITDA até o fim do ano – o ganho não significou aumento dessa magnitude no EBITDA da Brasil Telecom em relação aos R$ 3,5 bilhões alcançados em 2006. As previsões faziam parte do guidance divulgado pela empresa durante o Investors´ Day, em março de 2007, quando o número anunciado foi de R$ 3,8 bilhões.

A busca pela redução de custos e por novas formas de receita pontuou a ousada tática, que consistiu em onze focos de ações diferentes. As medidas incluíram reduções de custos em serviços de terceiros, pessoal, interconexão e fraudes, entre outras iniciativas. Outra frente atacada foi uma nova leva de renegociações de contratos com fornecedores, especialmente da rede de telefonia. Vale observar que esse foi um dos processos iniciados com a chegada da atual Administração, ainda em 2006, quando a Brasil Telecom anunciou revisão de R$ 2 bilhões em contratos com prestadores de serviços. Era preciso reduzir mais.

A escolha das onze frentes específicas de trabalho identificadas como as que mais poderiam reduzir custos e gerar receita, em 2007, surgiu a partir do amplo projeto, também de reestruturação, executado um ano antes. Nos primeiros doze meses da gestão, os executivos não pouparam nenhuma área da empresa: atacaram todas, sem exceção, pensando apenas na redução de custos sem comprometer a qualidade do serviço prestado. A segunda etapa permitiu que as ações fossem maiscirúrgicas”, uma vez que atuaram em processos específicos.

Para 2008, será mantida a tática de se criar um novo plano de reestruturação, com objetivos similares aos dos anos anteriores: redução de custo, aumento de receita e, principalmente, geração de valor para os acionistas e satisfação do cliente.