A economia brasileira mostrou um bom desempenho ao longo de 2007, com os principais indicadores econômicos surpreendendo positivamente. O ganho de poder de compra e facilidades de financiamento para o trabalhador tem garantido bons resultados de consumo interno. O PIB em 2007 cresceu 5,4%, contra 3,6% em 2006.
Trata-se, portanto, de um momento importante para a economia nacional, que respondeu a uma combinação de estabilidade macroeconômica, maturação de reformas institucionais e cenário externo favorável. Pôs-se à mostra um país em expansão robusta. Tudo isso faz parte de uma construção resultante de conquistas e avanços, que remontam a décadas marcadas por reformas importantes e que se refletiram de forma mais clara neste ano.
A taxa de inflação no encerramento do ano de 2007 foi próxima dos 4% ao ano, contribuindo para um ciclo de 13 anos de baixas taxas e menor volatilidade se comparada com outros anos. Surge a primeira geração de brasileiros que nunca viveu a instabilidade de preços e que, certamente, será intolerante com o descontrole. Essa nova situação se reflete nas taxas de juros, que mantiveram sua trajetória descendente e trouxeram o juro real brasileiro para patamares historicamente baixos.
Outra nova realidade vem do mercado de câmbio. Ao longo de todo o ano o real se valorizou. É a moeda brasileira procurando um novo equilíbrio, algo em torno da proporção de R$ 1,70 por dólar. Isso é um reflexo de saldos comerciais robustos e influxos financeiros que sugerem um Brasil redescoberto e importante alvo de investimentos estrangeiros.
A economia real, ligada aos setores produtivos, também respondeu aos estímulos da estabilidade e das reformas microeconômicas. O mercado de crédito foi o grande motor do consumo doméstico. Embora ainda reduzidos se comparados a outras economias, o maior acesso a crédito e o conseqüente crescimento dos saldos de empréstimos bancários refletiu em ganhos de bem-estar para a população brasileira. Adicionando-se a isso um mercado de trabalho ativo, com renda e ocupação crescentes e taxas de desemprego menores, obtivemos um mercado consumidor bem maior em 2007. Nesse contexto, a resposta do setor produtivo, inclusive com taxas de investimento mais elevadas, aponta para um maior potencial de crescimento no futuro.
Finalmente, houve surpresa também no crescimento. Com o crescimento superando as expectativas de 3,5%, chegando ao final de 2007 com uma expansão do Produto Interno Bruto superando 5%. Pelo lado da oferta, indústria e serviços mostraram desempenho acima do esperado; e pelo lado da demanda, os impulsos mais fortes vieram do consumo das famílias e dos investimentos.
As perspectivas para 2008, apesar da volatilidade advinda do cenário externo e principalmente da economia americana, são de uma economia em expansão, com crescimento em torno de 4,5%; inflação em linha com a meta e a manutenção de um quadro de demanda aquecida, pontos fundamentais para garantir que 2007 não seja uma exceção e que os números que surpreenderam ao longo do ano se consolidem em 2008.
Fonte: Tendências Consultoria.