03PLATAFORMA PARA OS PRÓXIMOS 70 ANOS
PERSPECTIVA
O crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) nacional, sustentado pelo dinamismo da demanda interna e com ênfase nos investimentos e consumo das famílias, assim como a persistência das condições favoráveis do mercado de trabalho, do nível de confiança dos consumidores e da expansão do crédito, constituem um ambiente propício à continuidade do crescimento econômico no próximo ano e ratificam a consolidação do processo de recuperação da economia brasileira.
Para a indústria de construção civil, as perspectivas favoráveis se baseiam na retomada acentuada dos investimentos, no aumento das linhas de financiamento imobiliário e nas obras do PAC (Programas de Aceleração do Crescimento) e MCMV (“Minha Casa, Minha Vida”), que em 2010 ganharam novas versões. O PAC-2 contará com subsídios de R$ 71,7 bilhões do governo para construir 2 milhões de moradias até 2014. Já o MCMV-2, deve contribuir com mais 2,5 milhões de residências, voltadas às pessoas que recebem até 10 salários mínimos. O aumento das linhas de financiamento também para a compra de materiais de construção é prática apoiada pela Eternit, pois os produtos de fibrocimento possuem forte demanda na população de baixa renda devido ao seu excelente custo-benefício.
Tendo em vista o bom momento do setor de construção e o mercado imobiliário aquecido, a Eternit planeja intensificar seus negócios com as construtoras, o que representa grande oportunidade de crescimento para a Companhia. Hoje, a maior parte do faturamento da Eternit é proveniente das revendas, das quais a Eternit já conquistou boa parte – 14 mil pontos de vendas espalhados pelo País. Portanto, atender ao segmento das construtoras significa importante potencial de crescimento para a Companhia.
Além do PAC e do MCMV, teremos os megaeventos esportivos, a Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016. Visando a aproveitar as oportunidades geradas por esses eventos, a Eternit criou um departamento de Especificações de Produtos, cuja missão é adaptar as especificações do portfólio, hoje focado nas pequenas e médias obras, para as médias e grandes obras executadas em grande escala, como, nesse caso, vestiários, banheiros, hotéis e postos de atendimento.
Diante desse cenário, a Administração da Eternit entende que 2011 será um ano de consolidação e ocupação das capacidades produtivas provenientes dos investimentos realizados nos últimos anos. Para estimular o crescimento orgânico, não estão previstos investimentos para 2011. Para incentivar o crescimento orgânico diversificado, entrará em operação, na unidade de Anápolis, uma nova linha de produção para mármore sintético, com participação inicial pouco significativa em um negócio promissor no segmento de moradias econômicas. Quanto ao crescimento inorgânico, algumas aquisições podem ocorrer. O conjunto desses fatores faz com que o crescimento da Companhia em 2011 esteja previsto para ficar em linha com o do setor de construção civil.
Para atender a essa nova demanda prevista para 2011, a Eternit inaugurou, em outubro de 2010, mais uma linha de fibrocimento, dessa vez na unidade de Simões Filho/BA, aumentando sua capacidade anual de 850 mil toneladas para cerca de 1 milhão de toneladas. A aquisição, em fevereiro de 2010, da Tégula Soluções para Telhados Ltda., empresa líder no segmento de telhas de concreto, possibilitou à Eternit uma participação próxima a 16% do mercado total de coberturas no País, sendo 35% do mercado de telhas de concreto e 30% no segmento de fibrocimento. A sua participação no segmento em telhas metálicas ainda não é significativo. Dessa forma, a Eternit se consolidou como a maior e mais diversificada indústria de coberturas do País.
Com relação à Tégula, a expectativa é ocupar a capacidade ociosa existente nessa empresa, maximizando as sinergias com a Eternit. Desde o segundo trimestre de 2010, a Companhia vem intensificando os investimentos na Tégula com foco na aquisição de moldes da telha BIG para atender principalmente às obras do programa federal “Minha Casa, Minha Vida”. Os expressivos negócios realizados em 2010 demonstraram que essa telha é uma excelente opção para tal segmento. Em até cinco anos, a Companhia planeja dobrar de tamanho a recém-adquirida Tégula.
Ainda em 2011, há a expectativa de iniciar as obras para a construção de uma nova fábrica multiprodutos no Nordeste. Esse é um projeto de curto, médio e longo prazo. A primeira planta a ser construída será de louças sanitárias.
Apesar do cenário bastante favorável ao setor de construção, aAdministração considera relevantes os seguintes desafios: condições de competitividade da indústria nacional frente aos gargalos de infraestrutura e valorização do câmbio; disponibilidade e capacitação de mão de obra; aumento da produtividade da cadeia de construção; e a questão da habitação no que se refere ao custo dos terrenos, que podem sofrer valorização excessiva e inibir investimentos. Em relação aos desafios da Companhia, o principal deles é a diversificação no que se refere a volumes, margens e investimentos em marketing dos novos produtos, bem como o posicionamento sobre a questão jurídica do mineral crisotila.
A Eternit está confiante no crescimento da economia brasileira e, sobretudo, do setor em que está inserida. Com uma estrutura de capital adequada, baixo endividamento e investimentos consistentes com seu plano de expansão e diversificação, a Companhia está bem-posicionada para maximizar as oportunidades do setor. A partir desse momento, a meta a médio e longo prazo é tornar-se a maior e mais diversificada indústria de materiais de construção do Brasil, com cerca de 50% de seu faturamento ligado à diversificação.