03PLATAFORMA PARA OS PRÓXIMOS 70 ANOS

ANÁLISE SETORIAL

O mineral crisotila é utilizado em mais de 150 países como matéria-prima para centenas de produtos industriais, que incluem materiais de fricção, têxteis, massas de vedação e fibrocimento, sendo este último responsável pelo consumo de 99% da produção mundial. Os maiores consumidores são os países em desenvolvimento, em especial os asiáticos, que absorvem metade da produção mundial devido à alta durabilidade e flexibilidade do produto – além da grande capacidade de filtragem e isolamento térmico e acústico – e à relação custo/benefício bastante favorável.

Somente cinco países possuem jazidas com viabilidade de exploração dessa fibra: Rússia, China, Brasil, Cazaquistão e Canadá. O Zimbábue, que no passado foi um grande produtor, está praticamente fora do mercado em virtude da deterioração de grande parte de seus equipamentos, que foram afetados pelas fortes inundações ocorridas em 2008, e agora requerem elevados investimentos para voltar a operar em larga escala.

O Brasil é autossuficiente na extração do mineral crisotila desde 1983 e, com 14% de participação de mercado, é hoje o terceiro maior produtor do mundo, atrás apenas de Rússia (48%) e China (22%). A mineradora brasileira prioriza o abastecimento do mercado interno, por ser mais rentável, e exporta o excedente de sua produção. Ou seja, 45% de sua produção é destinada para mais de 20 países, entre eles Índia, Indonésia, Emirados Árabes Unidos, Angola, Tailândia, México, Malásia, Sri Lanka, Colômbia e EUA.

A indústria do mineral crisotila deu um salto entre 2004 e 2008, período em que o consumo mundial atingiu 2,4 milhões de toneladas por ano. Com a saída do Zimbábue e a redução da oferta do Canadá, somada ao fato de a demanda estar ajustada com a oferta, o consumo mundial de 2010 foi de 2,2 milhões de toneladas anuais, contra 2,1 milhões em 2009. No Brasil, a mineradora opera em capacidade máxima desde o segundo trimestre de 2007 e, em 2010, o crescimento foi na ordem de 5% em função da redução dos níveis de estoques, cuja formação se deu em períodos anteriores.

Neste ano, o Brasil registrou crescimento de 7,5% no PIB (Produto Interno Bruto), frente a uma retração de 0,2% em 2009, apesar do aumento na inflação, que, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), fechou o ano 1,6 p.p maior. A Selic foi mantida em 10,75% no ano e o superávit comercial ficou em US$ 20,28 bilhões.

Dentro desse contexto, a recuperação e posterior manutenção das condições favoráveis do mercado de trabalho e do nível de confiança dos consumidores e a expansão das operações de crédito fomentaram um ambiente propício à continuidade do crescimento econômico e consolidaram o processo de recuperação da economia brasileira.

Esse cenário impactou positivamente o setor da construção civil, pois permitiu o aumento dos financiamentos imobiliários, a prorrogação da desoneração do IPI até dezembro e a intensificação das obras de infraestrutura no âmbito do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e do Programa MCMV (Minha Casa, Minha Vida). Esses programas federais têm se mostrado verdadeiras alavancas do setor, pois representam na prática os esforços do governo federal para resolver o déficit habitacional no País, avaliado em 5,8 milhões de residências (Fonte: Deconcic-Fiesp/FGV com Pnad. Fundação João Pinheiro e Sinduscon-SP). Em 2010, foram executados quase 100% dos investimentos previstos para o PAC, o equivalente a mais de R$ 700 bilhões, e aplicados R$ 37,4 bilhões no MCMV o que aqueceu o mercado. Além disso, em março de 2010, o governo federal apresentou o MCMV 2, cuja proposta integra a nova versão do PAC – o PAC 2 – e prevê 2 milhões de moradias até 2014. Essa segunda etapa do programa habitacional federal contará com subsídios do governo na ordem de R$ 71,7 bilhões.

Outra evidência da situação favorável para o setor da construção civil se refere às vendas de materiais de construção que, de acordo com a Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção), cresceram 12,1% em relação a 2009. As vendas de materiais de acabamento cresceram 15,2%, superando o volume atingido pelos materiais básicos de construção, que registraram aumento de 10,6% em relação a 2009.

A previsão de crescimento do PIB nacional para 2011 é de 4,5% e para o PIB da construção civil é de 6,6%. Nos últimos anos, o crescimento da Eternit ficou sempre acima do PIB da construção civil e a Companhia espera manter essa trajetória para 2011.

Esses indicadores reforçam o bom momento do mercado da construção civil brasileiro, no qual a Eternit está inserida, além de indicar boas perspectivas para os próximos anos em função da continuidade das obras governamentais e da expansão de crédito imobiliário, além dos investimentos para viabilização dos megaeventos – Copa de 2014 e Olimpíadas 2016 – e das obras complementares por eles demandadas.

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