As políticas econômicas dos últimos dez anos, direcionadas à significativa distribuição da renda no país, produziram enorme aquecimento no consumo interno e constante crescimento do volume de vendas no varejo, com o consequente aumento de sua importância relativa no PIB brasileiro. É hoje, o setor privado da economia que mais emprega no Brasil. E um dos mais dinâmicos e competitivos, na busca de soluções que atendam às mudanças do comportamento de compra dos milhões de consumidores conectados e cada dia melhor informados, em todos os cantos do país. Prof. Jacques GelmanCoordenador do GVcev – Centro de Excelência em Varejo da FGV-EAESP
A Linx trabalha com as principais verticais do varejo oferecendo diferentes soluções de software, projetadas especificamente para o setor, que fornecem dados unificados e acionáveis entre loja, merchandising e operações financeiras. A Companhia conta também com uma equipe própria de customização, caso sejam necessárias alterações nos sistemas contratados por cada cliente.
Entre as verticais atendidas, estão: vestuário e calçados, veículos e peças automotivas, home improvement, saúde e beleza, bens pessoais, eletrônicos e aplicativos, supermercados, franquias, cadeias de food service, postos de gasolina e lojas de conveniência, esta última recém inserida na estratégia da Companhia por meio da aquisição dos ativos da Seller.
O Brasil é hoje a quinta maior economia do mundo e corresponde a 45% do PIB da América Latina, segundo dados de 2011 do IBGE. Há uma década o país vem apresentando crescimento e relativa estabilidade econômica, resultando na redução das taxas de juros e baixos índices de inflação e desemprego. Um dos principais fatores que impulsionou o enriquecimento do Brasil foi a grande expansão de crédito, cuja oferta aumentou 20,3% ao ano nos últimos cinco anos, passando de R$ 936 bilhões em 2007 para R$ 2.360 bilhões em 2012, o que representa 53,5% do PIB nacional, segundo o Banco Central.
Esse cenário afetou positivamente os principais indicadores socioeconômicos brasileiros. Uma consequência clara desse processo foi a redução da taxa de informalidade, que passou de 43,6% em 2002 para 34,1% no primeiro trimestre de 2012, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Outro avanço importante foi a redução da desigualdade social: o salário dos 10% mais pobres cresceu 91,2% entre 2001 e 2011; em comparação, a renda dos 10% mais ricos aumentou 16,6% no mesmo período. A mobilidade social e o aumento de renda da população levaram à expansão da classe média (também chamada de classe C).
O aumento do consumo, sobretudo no varejo, favorece o crescimento de clientes da Linx, impactando sua geração de receita. Abre ainda novas oportunidades de negócios, graças ao fortalecimento e amadurecimento do setor como um todo.
O investimento em TI no varejo representa 5% do total dos gastos de TI no Brasil, segundo a pesquisa do IDC . O que se observa no país é um alto investimento em hardware no setor varejista, uma vez que o investimento em soluções para TI ainda está muito incipiente e há uma baixa oferta de soluções SaaS e cloud services. No entanto, espera-se que esse cenário comece a mudar a partir de 2013.
O mercado de softwares para o varejo no Brasil tem o potencial de R$ 7,4 bilhões, de acordo com dados da pesquisa do IDC de 2011, e somente 7% desse potencial foi explorado, movimentando R$ 544 milhões. Segundo a pesquisa, varejistas brasileiros têm o potencial para ampliar seu investimento em TI dos atuais 0,55% do faturamento para 1,7% do faturamento. Há oportunidades de crescimento em todos os segmentos de soluções de TI para gestão do varejo, como softwares (ERP e POS), TEF e e-commerce. Os crescimentos esperados tanto no setor de tecnologia da informação quanto no varejo, combinados, devem impulsionar o mercado da Linx a uma taxa composta de crescimento anual de 18%.
Uma das principais vertentes de crescimento do varejo no Brasil tem sido por meio de shopping centers, consequência direta da expansão da renda dos consumidores e da classe média. Segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), o faturamento total dos shopping centers no Brasil cresceu 139% entre 2006 e 2012, passando de R$ 50 bilhões para R$ 119,5 bilhões. Nesse mesmo período, o número de shopping centers no país aumentou em 22,5%. Em 2012, 27 novos shopping centers foram inaugurados e, em 2013, estima-se que mais de 47 abrirão as portas. Outro aspecto dessa expansão é a dispersão geográfica desses estabelecimentos, fora dos tradicionais eixos consumidores, ampliando as possibilidades de negócios.
Segundo a Abrasce, os shopping centers são responsáveis por 19% do varejo nacional e representam 2,7% do PIB. Hoje, esses centros de comércio recebem mensalmente mais de 398 milhões de visitações. O grande atrativo desses estabelecimentos de varejo está no conforto de encontrar várias lojas em um mesmo local, oferecendo uma melhor experiência de compra ao consumidor.
¹IDC é uma renomada empresa de pesquisa e de inteligência de mercado focada em tecnologia da informação e telecomunicações que reúne mais de mil analistas em 110 países.
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2008 |
2009 |
2010 |
2011 |
2012 |
Número de shopping centers |
376 |
392 |
408 |
430 |
457 |
Faturamento dos shopping centers (R$ bilhões) |
64,6 |
74,0 |
91,0 |
108,0 |
119,5 |
Os gastos em TI no Brasil estão fundamentalmente ligados ao segmento de hardware, por conta das questões de infraestrutura e telecomunicações do país. O avanço que vem sendo obtido nos últimos anos deve impulsionar o mercado, ampliando a penetração dos investimentos em software. Contribuem ainda para a expansão desse setor o crescimento da internet banda larga – que, segundo pesquisa do IDC1, já atinge 25,1% dos domicílios – e dos telefones celulares com tecnologia 3G.
Comparativamente a outros países, como os Estados Unidos, o segmento de TI brasileiro é ainda muito pequeno, movimentando cerca de US$ 54 bilhões ante os US$ 606 bilhões do mercado norte-americano. As perspectivas de crescimento, no entanto, são mais otimistas no âmbito nacional, principalmente devido ao processo de amadurecimento do setor. Segundo dados da Gartner, os gastos em TI no Brasil deverão crescer a uma taxa média anual de 7,3% entre 2012 e 2016. Nos Estados Unidos, esse ritmo é estimado em 3,5% no mesmo período.
O mercado de varejo também conta com o apoio do Plano Brasil Maior, uma política industrial, tecnológica e de comércio exterior do Governo Federal que visa aumentar a competitividade do país por meio do crescimento econômico inclusivo, com foco em inovação e no parque industrial brasileiro. O Plano Brasil Maior inclui medidas de desoneração de investimentos e exportações, ajudando o Brasil a concorrer no mercado internacional. Leva em consideração a flutuação cambial, o avanço do crédito e o marco regulatório da inovação, bem como a aplicação de incentivos fiscais e maior acesso aos financiamentos, a fim de agregar valor ao produto nacional e competitividade das cadeias produtivas.
¹ IDC é uma renomada empresa de pesquisa e de inteligência de mercado focada em tecnologia da informação e telecomunicações que reúne mais de mil analistas em 110 países.