Projeção do Setor

História e evolução do setor

O mercado de shopping centers no Brasil teve início em 1966, com a inauguração do primeiro empreendimento em São Paulo. Cinco anos mais tarde foi inaugurado o Conjunto Nacional de Brasília, desenvolvido pela ECISA (empresa que deu origem à BRMALLS), sendo um dos primeiros shopping center brasileiros a seguir os conceitos e padrões internacionais da indústria. Na década de 70, além do Conjunto Nacional de Brasília, cinco novos empreendimentos foram iniciados. Mas somente a partir da década de 80 que esse mercado teve seu grande impulso de crescimento, com o número de shopping centers aumentando consideravelmente, até o início dos anos 90, quando o ritmo diminuiu devido à instabilidade econômica do país.

Em meados da década de 90, observou-se uma nova onda de novos investimentos no setor, estimulados tanto pela estabilidade econômica alcançada com o Plano Real, que conseguiu estabilizar a inflação brasileira, reaquecendo o consumo no país, quanto pelo sucesso dos investimentos realizados nos anos 80. Além disso, outro fator que contribuiu bastante para a entrada de novos capitais no setor, foi o aumento da carteira gerida pelos fundos de pensão, principalmente de órgãos públicos. Esses fundos, foram atraídos pela natureza do negócio de shopping centers, como um gerador de receitas, e pelos excelentes retornos alcançados em seus investimentos.


Fonte: ABRASCE


Com o retorno dos investimentos, o número de empreendimentos cresceu de forma acentuada a partir do ano 2000, quando o setor atingiu um total de 281 shopping centers. Entretanto, a partir de 2001, observou-se uma desaceleração do setor, com uma diminuição no número de inaugurações de novos empreendimentos. Entre os fatores que explicam essa redução no ritmo de inaugurações estão a escassez de recursos e formas de financiamento e o menor interesse dos fundos de pensão, devido a regulamentações restritivas quanto ao enquadramento de investimentos imobiliários como percentual de suas carteiras totais. Esse número aumentou ao longo do tempo e em 2011 o número de shopping centers cresceu 53% (ao comparar com o ano 2000), atingindo 430 unidades.


Cenário atual e atratividade do setor brasileiro de shopping centers
O cenário atual do setor é caracterizado por um momento de consolidação da indústria, uma vez que o mercado brasileiro ainda é muito fragmentado quando comparado aos demais países.

De 2006 a 2008 o setor de shopping centers cresceu 28%, representando 18,3% do varejo nacional e 2% do PIB brasileiro. O ABL total do mercado brasileiro de shopping centers apresentou de 2006 a 2011 um crescimento de 37%, atingindo um ABL de 10,3 milhões em 2011, como podemos observar no gráfico abaixo:


Fonte: ABRASCE


Esse ABL total em 2011 é dividido geograficamente da seguinte maneira: 55,8% na região Sudeste, região com maior PIB per capita do país; 18,4% na região Sul; 13,7% na região Nordeste; 8,6% na região Centro-Oeste; e 3,5% na região Norte.

Apesar desse crescimento do numero total de ABL, quando comparamos o numero de ABL por habitantes, continuamos em um nível bem baixo quando comparado a países como EUA e Canadá entre outros, cujos mercados de shopping centers são mais desenvolvidos. Isso mostra que ainda há espaço para muitos novos empreendimentos no Brasil.


Fonte: ICSC


O aumento do número de shopping centers no país foi acompanhado também por um aumento de suas vendas. O faturamento do setor cresceu a 137,4% de 2005 a 2011, como pode ser visto no gráfico abaixo:


Fonte: ABRASCE


Com a estabilização econômica, a inflação sob controle e a redução da taxas de juros no país, veio um aumento no consumo per capita, que por sua vez impulsionou o aumento das vendas do varejo. Essa combinação gerou um aumento da procura dos lojistas por novos espaços, que, aliado à oferta limitada ABL levou a uma redução no nível de vacância do setor, que em junho 2011 alcançou 2,04%, segundo a ABRASCE.

No Brasil, além dos shopping centers apresentam atrativos como concentração de lojas, serviços diversificados, disponibilidade de estacionamentos e climatização dos ambientes, a sensação de segurança, comodidade e facilidade no período das festas natalinas, são fatores que levam as vendas de shopping centers a crescer em níveis bem superiores aos do varejo em geral. Sendo assim, ao longo do tempo observamos um aumento do percentual de participação das vendas do setor sobre as vendas totais do varejo, representando 18,3% desta em 2011. Esse percentual, apesar de estar crescendo, permanece baixo para patamares internacionais, em que países como EUA e Canadá possuem mais de 50% de suas vendas de varejo provenientes de shopping centers, conforme gráfico abaixo.


Fonte: ICSC


O crescimento do setor de shopping centers brasileiro vem desempenhando também um importante papel na economia do país, gerando muitos empregos e aumentando expressivamente a integração com a comunidade, por meio de ações sociais. Em 2011 foram gerados 775 mil empregos.

O setor também passou a ser importante no desenvolvimento de cidades de médio e pequeno porte, pois, apesar de ainda elevada concentração nas grandes cidades, nos últimos cinco anos observou-se uma tendência de interiorização. As empresas passaram a buscar oportunidades de investimentos nessas cidades, através de empreendimentos em formato menores que atendam a vizinhança e pequenas comunidades, ajudando significativamente o desenvolvimento econômico dessas regiões.

Os gastos em compras de produtos nos shoppings aumentaram em 30,8%, de R$107,00 para R$140,00, como no gráfico abaixo:


Fonte: ABRASCE


Para 2012, a Abrasce prevê incremento nas vendas, além de outras 43 inaugurações de shoppings em todo o país, indicando um bom crescimento para o mercado de shopping centers no Brasil.